Alexandre de Moraes: A Verdade por Trás do Tirano de Toga

Descubra as ilegalidades praticadas pelo Ditador de Toga do Brasil, sua Alteza, o Tirano de Toga Alexandre de Moraes.

PRIORITÁRIOS

9/4/20257 min read

Corrupção no poder

Introdução: O Escândalo que Abala os Pilares da Justiça Brasileira

Nos últimos anos, o Brasil tem sido palco de uma série de acontecimentos que colocam em xeque a integridade e a imparcialidade de suas mais altas instituições. Dentre eles, o escândalo conhecido como "Vaza Toga" e seus desdobramentos, como a "Vaza Toga 2", emergem como um dos mais graves, revelando um suposto esquema de perseguição política e violação de direitos fundamentais orquestrado a partir do gabinete do Ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As denúncias, que vieram à tona a partir de vazamentos de documentos, mensagens e do depoimento de figuras-chave como Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, pintam um quadro alarmante de abuso de poder, desrespeito ao devido processo legal e instrumentalização da máquina judiciária para fins políticos. Este artigo se propõe a analisar, sob uma ótica jurídica, as principais irregularidades e ilegalidades apontadas, com base nos pedidos de impeachment apresentados contra o ministro, nas reportagens investigativas e nas análises de renomados juristas.

Vaza Toga 2: O Capítulo Mais Sombrio e a Criação de um "Gabinete Paralelo"

A "Vaza Toga 2" revelou o que muitos temiam: a existência de uma estrutura paralela de poder operando dentro do STF e do TSE, com o objetivo de perseguir e incriminar cidadãos com base em suas convicções políticas. As denúncias apontam para a criação de um "gabinete paralelo" sob o comando do Ministro Alexandre de Moraes, que atuava como um verdadeiro tribunal de exceção, realizando um "julgamento prévio" dos investigados, antes mesmo de qualquer análise jurídica isenta.

Este sistema paralelo, segundo as revelações, funcionava a partir de uma unidade informal de inteligência, composta por servidores do STF e do TSE, que vasculhavam as redes sociais de pessoas detidas, especialmente após os eventos de 8 de janeiro de 2023. O critério para a manutenção de prisões e para a abertura de investigações não era a existência de provas de crimes, mas sim a identificação de postagens com críticas ao STF, ao próprio ministro ou a figuras políticas alinhadas ao governo. Muitas dessas publicações eram antigas, sem qualquer relação com os fatos investigados, evidenciando um claro filtro ideológico.

As operações deste "gabinete paralelo" ocorriam, em grande parte, por meio de grupos de WhatsApp, fora dos canais oficiais, o que impedia qualquer tipo de controle ou transparência sobre os atos praticados. Essa atuação clandestina, por si só, já configura uma grave violação dos princípios que regem a administração pública e o sistema de justiça.

As 10 Irregularidades que Configuram Crimes de Responsabilidade

As denúncias da "Vaza Toga" foram sistematizadas em pelo menos 10 irregularidades graves, que, em tese, configuram crimes de responsabilidade, conforme previsto na Lei nº 1.079/1950. São elas:

1.Criação de uma força-tarefa secreta e ilegal: A instituição de um grupo de trabalho sem amparo legal, operando de forma clandestina, viola os princípios da legalidade, da publicidade e da moralidade administrativa.

2.Uso indevido de postagens em redes sociais: A utilização de opiniões políticas como fundamento para prisões e investigações representa uma clara violação da liberdade de expressão e do princípio da presunção de inocência.

3.Acesso ilegal a bancos de dados biométricos: O uso do banco de dados GESTBIO da Justiça Eleitoral para fins de investigação criminal, sem autorização judicial específica, configura um grave desvio de finalidade e uma violação da privacidade dos cidadãos.

4.Violação do devido processo legal: A produção de relatórios secretos, o descumprimento de prazos processuais e o cerceamento de defesa são práticas que ferem de morte o devido processo legal, pilar de qualquer Estado Democrático de Direito.

5.Politização do Judiciário: A concentração de poderes de investigação, acusação e julgamento nas mãos de um único ministro, que atua simultaneamente em duas das mais altas cortes do país, compromete a imparcialidade do Judiciário e a separação de poderes.

6.Prisões baseadas em opiniões políticas: A manutenção de prisões preventivas com base unicamente em postagens em redes sociais, sem a comprovação de atos criminosos, é uma medida autoritária e desproporcional.

7.Desproporcionalidade em penas e multas: A aplicação de penas de até 17 anos de prisão para pessoas que não cometeram atos de violência ou vandalismo, e a imposição de multas milionárias, demonstram uma clara desproporcionalidade e um caráter punitivo excessivo.

8.Desrespeito às recomendações do Ministério Público: A recusa em acatar os pareceres da Procuradoria-Geral da República, que opinava pela soltura de diversos investigados, revela um desrespeito à instituição do Ministério Público e à sua função de fiscal da lei.

9.Uso indevido de recursos da Justiça Eleitoral: A utilização da estrutura da Justiça Eleitoral para fins de investigação criminal, extrapolando suas competências, representa um desvio de finalidade e um uso indevido de recursos públicos.

10.Cooptação de assessores em práticas ilegais: A coordenação de uma força-tarefa ilegal, com ordens diretas a juízes e assessores para a prática de atos sem amparo legal, configura um grave abuso de autoridade.

O Depoimento de Eduardo Tagliaferro: A Confirmação das Ilegalidades

O depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no TSE, na Comissão de Segurança Pública do Senado, foi um dos momentos mais cruciais do escândalo. Tagliaferro não apenas confirmou a autenticidade do material vazado, como também forneceu detalhes sobre o modus operandi do "gabinete paralelo".

Ele denunciou um claro direcionamento político nas investigações, com o objetivo de "denegrir a imagem de um polo político e exaltar a imagem de outro". Revelou, ainda, que a "celeridade" era a palavra de ordem, mesmo que para isso fosse necessário atropelar ritos e procedimentos legais. A pressa em obter resultados, segundo Tagliaferro, justificava a violação de garantias fundamentais.

Um dos pontos mais graves de seu depoimento foi a apresentação de documentos que, segundo ele, provam que o Ministro Alexandre de Moraes se baseou em matérias jornalísticas para determinar a abertura de investigações e a realização de buscas e apreensões contra empresários. A chamada "pesca probatória", prática em que se investiga sem um fato determinado, na esperança de encontrar algum crime, é veementemente rechaçada pelo ordenamento jurídico brasileiro.

Tagliaferro foi além, afirmando que os fundamentos para as medidas de busca e apreensão eram, em muitos casos, elaborados a posteriori, ou seja, após a sua execução, o que configura fraude processual. As revelações de Tagliaferro, que hoje vive na Itália e responde a um processo por violação de sigilo funcional e obstrução da justiça, são de uma gravidade ímpar e exigem uma apuração rigorosa e isenta por parte das autoridades competentes.

O Inquérito das Fake News: Um Atentado ao Estado de Direito

No cerne de todas essas ilegalidades está o Inquérito nº 4.781, conhecido como "inquérito das fake news". Instaurado de ofício pelo então presidente do STF, Ministro Dias Toffoli, e com a relatoria designada ao Ministro Alexandre de Moraes, este inquérito nasceu sob o signo da inconstitucionalidade.

Diversos juristas apontam vícios insanáveis em sua origem e condução. Primeiramente, a sua instauração de ofício, sem a provocação do Ministério Público, titular da ação penal, viola o sistema acusatório, adotado pela Constituição de 1988. Além disso, a designação do relator, sem a devida distribuição por sorteio, fere o princípio do juiz natural, garantia fundamental de qualquer cidadão.

O objeto do inquérito, vago e impreciso, que visa apurar "notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de ânimos caluniantes, difamantes e injuriantes, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares", abre margem para a perseguição de qualquer pessoa que ouse criticar a Corte ou seus ministros. Trata-se de uma investigação genérica e prospectiva, vedada pelo nosso ordenamento jurídico.

Como bem apontou o jurista Vladimir Passos de Freitas, em artigo publicado no site Conjur, o inquérito das fake news, ao se prolongar por anos a fio, sem a participação do Ministério Público e sem a devida transparência, cria uma situação de insegurança jurídica e coloca em dúvida a própria estrutura do sistema de justiça. A ausência de acesso dos advogados aos autos, em clara afronta à Súmula Vinculante 14 do STF, é mais uma prova do caráter autoritário e ilegal deste procedimento.

Conclusão: A Urgência do Resgate da Legalidade e da Imparcialidade

As denúncias da "Vaza Toga" e as ilegalidades que permeiam o inquérito das fake news representam uma grave ameaça ao Estado Democrático de Direito no Brasil. A atuação do Ministro Alexandre de Moraes, ao que tudo indica, extrapolou os limites da legalidade e da imparcialidade, transformando o Poder Judiciário em um instrumento de perseguição política.

É imperativo que o Senado Federal, a quem compete processar e julgar os ministros do STF por crimes de responsabilidade, cumpra o seu papel constitucional e analise com a devida seriedade os pedidos de impeachment apresentados. A omissão do Senado, neste momento, seria uma afronta à Constituição e um sinal de conivência com os abusos de poder.

É preciso resgatar a credibilidade do Poder Judiciário, garantindo que todos os cidadãos, independentemente de suas convicções políticas, sejam tratados com isonomia e respeito ao devido processo legal. A justiça não pode ter dois pesos e duas medidas. A lei deve valer para todos, inclusive para aqueles que têm o dever de aplicá-la.

Como advogado e cidadão, conclamo a sociedade a se manter vigilante e a cobrar das instituições uma postura firme em defesa da Constituição e dos direitos fundamentais. O futuro da nossa democracia depende disso.