Pastora Condenada a 17 Anos por Grupo de Oração: Os Casos Extremos da Perseguição de Moraes

Idosa de 74 anos mantida presa com problemas de saúde graves; vendedor ambulante condenado por tweets de 2018

9/7/20253 min read

Brasília - Entre os casos mais chocantes revelados pela "Vaza Toga" estão condenações desproporcionais que expõem o caráter persecutório das investigações conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes. Uma pastora foi condenada a 17 anos de prisão por participar de um grupo de oração, enquanto uma idosa de 74 anos foi mantida presa mesmo com graves problemas de saúde.

Os casos ilustram como o sistema paralelo criado por Moraes aplicava penas superiores às previstas para crimes como homicídio a pessoas que não cometeram atos de violência ou vandalismo.

O Caso da Pastora

Documentos revelam que uma pastora evangélica recebeu condenação de 17 anos de prisão por sua participação em um grupo de oração relacionado aos eventos de 8 de janeiro. Não há evidências de que ela tenha participado de atos de violência ou vandalismo no Congresso Nacional, Palácio do Planalto ou STF.

A condenação baseou-se exclusivamente em sua presença nos acampamentos de Brasília e em postagens em redes sociais com conteúdo religioso e político. O caso exemplifica como a fé religiosa foi criminalizada quando associada a posições políticas contrárias ao governo.

Idosa Mantida Presa

Uma das situações mais graves envolve uma idosa de 74 anos que foi mantida presa mesmo apresentando problemas graves de saúde, incluindo hemorragias intestinais. Apesar das recomendações médicas e da idade avançada, a prisão foi mantida com base em postagens antigas em redes sociais.

O caso viola frontalmente os princípios humanitários do sistema prisional brasileiro e as recomendações internacionais para tratamento de idosos no sistema de justiça criminal.

Vendedor Ambulante Perseguido

Um vendedor ambulante foi condenado com base em tweets publicados em 2018, quatro anos antes dos eventos de 8 de janeiro. Suas postagens não tinham qualquer relação com os fatos investigados, mas continham críticas políticas ao sistema judiciário.

O caso demonstra como o sistema de "varredura" de redes sociais buscava qualquer conteúdo que pudesse ser usado para justificar perseguições, independentemente de sua relevância temporal ou factual.

Caminhoneiro Preso por Posts no Facebook

Outro caso emblemático é o de um caminhoneiro que foi preso exclusivamente com base em postagens no Facebook. Suas publicações continham críticas ao governo e ao STF, mas não havia qualquer evidência de participação em atos criminosos.

A prisão foi mantida por meses enquanto a força-tarefa de Moraes analisava todo o histórico de suas redes sociais em busca de material adicional para sustentar a acusação.

Desproporcionalidade das Penas

A análise dos casos revela um padrão de desproporcionalidade extrema. Pessoas condenadas por homicídio frequentemente recebem penas menores que as aplicadas aos manifestantes de 8 de janeiro. Uma multa coletiva de quase US$ 6 milhões foi imposta a 643 condenados, valor que supera as penalidades aplicadas a grandes esquemas de corrupção.

Violação de Direitos Humanos

Organizações de direitos humanos classificam os casos como violações graves dos princípios de proporcionalidade e humanidade das penas. A manutenção de idosos e pessoas com problemas de saúde em prisão por crimes de opinião contraria tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Comparação Internacional

Especialistas em direito comparado apontam que as penas aplicadas por Moraes são superiores às previstas em regimes autoritários para crimes similares. "Estamos vendo penas de regime de exceção sendo aplicadas em um suposto Estado Democrático de Direito", afirma um jurista internacional.

Impacto Psicológico

Familiares dos condenados relatam graves impactos psicológicos causados pelas prisões prolongadas e penas desproporcionais. Muitos desenvolveram quadros de depressão e ansiedade, enquanto outros perderam empregos e patrimônio devido às perseguições.

Precedente Autoritário

Os casos estabelecem um precedente extremamente perigoso para a democracia brasileira. A criminalização de opiniões políticas e religiosas, combinada com penas desproporcionais, caracteriza práticas típicas de regimes autoritários.

O conjunto de casos revela um sistema de justiça que perdeu sua função de proteger direitos para se tornar instrumento de perseguição política, representando uma das maiores ameaças ao Estado de Direito na história recente do Brasil.