Vaza Toga: Documentos Revelam Gabinete Paralelo de Alexandre de Moraes no STF
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9/7/20252 min read
Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes denuncia estrutura clandestina que perseguiu brasileiros por opiniões políticas.
Brasília - Documentos inéditos obtidos pelo Verdades Ocultas revelam a existência de uma estrutura paralela de poder operando dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o comando do ministro Alexandre de Moraes. O esquema, denunciado pelo ex-assessor Eduardo Tagliaferro, funcionava como um verdadeiro "tribunal de exceção" que perseguia cidadãos com base em suas convicções políticas.
Segundo as revelações, o "gabinete paralelo" atuava através de grupos de WhatsApp, fora dos canais oficiais, vasculhando redes sociais de brasileiros detidos após os eventos de 8 de janeiro de 2023. O critério para manutenção de prisões não era a existência de provas criminais, mas sim a identificação de postagens críticas ao STF ou ao governo.
Sistema de Classificação Ideológica
Os documentos mostram que os investigados eram classificados como "positivos" (suspeitos) ou "negativos" com base exclusivamente em suas opiniões políticas. Postagens antigas, muitas sem qualquer relação com os fatos investigados, serviam como filtro ideológico para justificar prisões e investigações.
"Havia um direcionamento político feito por ele [Moraes] para impor a sua equipe e seus colaboradores mais próximos com o objetivo de denegrir a imagem de um polo político e exaltar a imagem de outro polo político", denunciou Tagliaferro em depoimento ao Senado.
Operação Clandestina
A força-tarefa operava sem qualquer transparência ou cadeia de custódia formal para os dados utilizados. Funcionários do STF e TSE foram recrutados para montar uma unidade informal de inteligência, pressionados a produzir relatórios rapidamente, priorizando volume em detrimento da precisão.
Cristina Yukiko Kusahara, chefe de gabinete de Moraes, coordenava as operações, dando ordens diretas a juízes e pressionando por resultados rápidos, mesmo sem base legal. Mensagens vazadas mostram desdém por preocupações com precisão e legalidade, com Kusahara chamando objeções de "filosofar".
Violação de Direitos Fundamentais
O esquema resultou em graves violações de direitos fundamentais. Audiências de custódia foram atrasadas em até 22 dias enquanto a força-tarefa analisava redes sociais em busca de material incriminatório. Relatórios secretos eram produzidos sem compartilhamento com promotores ou advogados de defesa.
Entre os casos mais graves estão a condenação de uma pastora a 17 anos de prisão por participar de um grupo de oração e a manutenção de uma idosa de 74 anos presa mesmo com graves problemas de saúde.
Reação das Autoridades
O Senado Federal decidiu enviar um relatório com as denúncias aos Estados Unidos e a organismos internacionais. A Comissão de Segurança Pública também solicitou proteção ao governo italiano para Tagliaferro, que vive no país após ser exonerado e denunciado pela Procuradoria-Geral da República.
Juristas renomados classificaram as práticas como "típicas de regimes autoritários" e uma "usurpação inconstitucional das funções do Ministério Público".
O caso representa um dos mais graves escândalos envolvendo o Poder Judiciário brasileiro e coloca em xeque a credibilidade das mais altas cortes do país.